O que é Renda Fixa? Conheça o guia completo.

O que é Renda Fixa?

Renda Fixa é uma modalidade de investimento que, permite ao investidor emprestar dinheiro as instituições financeiras em troca de uma remuneração ou taxa de juros.

Dentre as mais populares formas de Investimento em Renda Fixa está a Poupança. Que apesar de tanta popularidade é também a modalidade que apresenta a menor remuneração. A Poupança apresenta algumas conveniências como a alta liquidez e a isenção de Imposto de Renda, porém existem alternativas, dentro das mesmas características, que apresentam mais que o dobro de sua rentabilidade e serão apresentadas neste artigo.

Do ponto de vista do planejamento financeiro eu diria que é indispensável a qualquer investidor, do mais agressivo ao conservador, independente do volume financeiro aplicado, possuir alguma aplicação em Renda Fixa. Pois a Renda Fixa é uma excelente alternativa de aplicação para uma reserva de emergência (aplicação com aporte equivalente a, de 3 a 6 vezes o seu custo fixo mensal, com o objetivo de atender aos imprevistos financeiros e que por isso deve possuir alta liquidez).

Neste artigo discutiremos as vantagens e desvantagens da Renda Fixa, principais modalidades de aplicação, seus custos, impostos e garantias.

Renda Fixa

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Tipos de investimentos em Renda Fixa?

A Renda Fixa é dividida em basicamente duas modalidades: Títulos Públicos e Títulos Privados, sendo que, Títulos Públicos são aqueles em que emprestam seu dinheiro para o Governo investir em infraestrutura ou demais demandas governamentais, enquanto nos Títulos Privados seu dinheiro será remetido para instituições financeiras como Bancos, Securitizadoras e afins que repassam estes recursos para os clientes por meio do Crédito Direto ao Consumidor, Cheque Especial, Cartão de Crédito dentre outros.

Dentre as modalidades de Renda Fixa, uma em particular, tem recebido muito destaque pelos meios de comunicação, são os Títulos Públicos. Uma modalidade de investimentos onde o investidor empresta o seu dinheiro por um prazo determinado ao Tesouro Nacional e o recebe de volta no fim do prazo com o valor corrigido por uma taxa de juros fixa e ou indexador.

O motivo de tamanha divulgação destes títulos se deve ao fato deles serem emitidos pelo Governo, o que implica em maior segurança, também pela sua liquidez, que é semanal. Mas principalmente pela sua rentabilidade que é muito maior que a da Poupança, a mais popular forma de investimento em Renda Fixa presente no país.

Nos títulos de Renda Fixa Privados a rentabilidade é proporcional ao valor que irá aplicar, ao tempo que este investimento ficará aplicado ao juro sobre juros e também em cima da segurança que este Banco oferece. Os Bancos maiores e renomados oferecem rentabilidade menor, ao passo que, os Banco menores e menos reconhecidos, oferecem rentabilidade maior. Isso porque, em tese, Bancos menores ofereceriam mais risco (O que nem sempre é verdade levando-se em conta que as aplicações em Renda Fixa são protegidas pelo fundo garantidor de crédito FGC até o limite de R$ 250.000,00 por CPF ou instituição).

LCI e LCA são modalidades onde o investidor empresta o dinheiro para o Banco e ele disponibiliza estes recursos para investimentos em Imóveis no caso da LCI ou Agronegócio para a LCA. Estas modalidades de Investimentos são muito vantajosas quanto a rentabilidade, porém, não possuem boa liquidez. Ou seja, ao aplicar seu dinheiro terá que aguardar o prazo de vencimento da Letra de Crédito para fazer o resgate, geralmente varia entre 30 a 720 dias e já são fixados no momento da aplicação. São ótimas alternativas se comparadas a Poupança, pois também são isentas de Imposto de Renda e garantidas pelo FGC.

Ainda dentro da classificação de Títulos Privados, existem Títulos que são emitidos por instituições não financeiras, como por exemplo as Debêntures.

As Debêntures são Títulos emitidos por sociedades anônimas não financeiras que buscam obter recursos de médio e longo prazo para financiar as atividades ou quitar dívidas (forma mais barata e flexível de obter recursos pela empresa). Ou seja, trata-se de uma dívida que a empresa levanta com o investidor e em troca paga juros por isso. A emissão de Debêntures pode ser feita por meio de uma oferta pública (IPO) ou por uma colocação privada.

Em alguns casos, as Debêntures podem ser conversíveis em ações, ou seja, podem conter uma opção de conversão na data de exercício, através da qual é possível trocar as Debêntures, que nada mais são do que um Título de dívida, por ações da empresa. Desta forma, o investidor deixa de ser credor para ser um acionista da empresa. Contudo, a conversão não é obrigatória, pois dependendo de quanto estiverem valendo as ações no mercado, a conversão pode não valer a pena.

Conceitos básicos de Títulos de Renda Fixa

Título Pré-Fixado

Permite que o investidor saiba exatamente quanto receberá de cupons e quanto resgatará na data de vencimento.

Título Pós-Fixado

Preveem que o principal será reajustado periodicamente por algum índice de inflação, pela taxa de câmbio ou por alguma taxa de juro flutuante (Selic, IPCA, IGP-M, TR, etc). Nesse caso, o investidor não sabe exatamente quanto irá receber.

Cupom

É a taxa de juros que serão pagas periodicamente sobre o valor principal ao investidor. Esta taxa pode ser fixa ou variável e pode ser paga anualmente ou semestralmente.

Vencimento

É o prazo do empréstimo (duração do papel).

Valor de Face

Também conhecido como Par Value, é o valor principal do empréstimo a ser retornado pelo emissor ao investidor no vencimento ou antes da expiração do papel.

Título Zero- Cupom

É um título que não paga juros periodicamente. Ele é vendido com desconto ou deságio (valor inferior ao de face) que são os juros implícitos.

Curva de Juros

Conhecida também como Yield Curve, é a representação gráfica da relação entre os retornos dos títulos com a mesma qualidade de crédito, mas com vencimentos diferentes. Esta curva geralmente é construída a partir de retornos de títulos públicos no mercado, devido a serem tidos como livre de risco de inadimplência e terem alta liquidez.

Taxa de Cupom

Denominada também como Coupon Rate, é o percentual de juros a ser pago por período ao investidor durante o prazo do título. É uma percentagem do valor de face do título.

Ágio

Um título é negociado com ágio, quando comprado por um valor superior ao de face.

Deságio

Há deságio quando, o valor de venda de um título é inferior ao valor de face.

Valor de Mercado

É o valor pelo qual o título é efetivamente negociado. Ele tende a coincidir com o valor intrínseco e é determinado pelo equilíbrio entre a oferta, principalmente pela demanda do título.

Valor Intrínseco

É o valor presente dos fluxos de caixa correspondentes a obrigação. O valor calculado será utilizado como referência para saber se comparado ao valor de mercado está super ou subvalorizado.

A taxa de desconto a ser utilizada para cálculo do valor intrínseco depende do risco do papel, ou seja, o prêmio de risco associado ao mesmo.

CDI

Os CDIs são os títulos de emissão das instituições financeiras que lastreiam as operações do mercado interbancário. Suas características são idênticas as de um CDB, mas sua negociação é restrita ao mercado interbancário.

Como investir em Renda Fixa?

Para aplicar em Títulos de Renda Fixa Públicos as pessoas físicas contam com um canal exclusivo, criado pelo Tesouro Nacional que permite ao investidor acessa-los diretamente pelo site do Tesouro Direto. Porém para ter acesso ao site do Tesouro Direto é obrigatório ter cadastro em uma instituição financeira de sua preferência, as opções são Bancos ou Corretoras como via de regra, Corretoras costumam praticar preços mais acessíveis e com melhor qualidade no atendimento, devido ao fato de sua atividade econômica se restringir apenas a área de investimentos.

Tesouro Direto é um programa, de venda de títulos públicos federais a pessoas físicas desenvolvido pelo Tesouro Nacional. O Tesouro Direto possibilita a compra de títulos da dívida pública diretamente pela internet, com aplicação mínima de R$ 30,00 e máxima de R$ 1.000.000,00, ambas contabilizadas mensalmente, e não incluídos no valor máximo os juros a serem recebidos.

Para ter acesso aos Títulos de Renda Fixa Privados, obrigatoriamente, será necessário utilizar a intermediação de uma instituição financeira. Não é possível investir diretamente no Título como pelo site do Tesouro Direto, somente depois de cadastrado em uma instituição é que poderá ter acesso a uma plataforma de acesso exclusivo ou intranet onde poderá acessar os ativos de forma independente ou com o auxílio de um profissional.

Uma outra forma de ter acesso aos Títulos de Renda Fixa, é através dos Fundos de Investimentos conhecidos como DI. A vantagem é que por um Fundo DI é possível diversificar melhor seus investimentos, aplicar simultaneamente em ativos com vencimento para curto e longo prazo, e ainda assim ter uma alta liquidez inferior ao prazo médio da carteira, além de aplicar em Títulos com alta rentabilidade que só seriam acessíveis a partir de um valor mínimo de investimento muito acima da capacidade do pequeno investidor. Estes são títulos destinados somente a investidores qualificados, como por exemplo as DPGEs, CRIs, CRAs dentre outros.

Palestra Renda Fixa

Perfil de quem investe na Renda Fixa?

Aplicações em Renda Fixa são indicadas, não somente, mas principalmente para investidores com perfil Conservador, aquele que tende a priorizar a segurança ante a rentabilidade.

A Renda Fixa é também conhecida como a porta de acesso para “Drogas mais pesadas”. O investidor inicia na Poupança e descobre, ainda que cheio de receio, que na Renda Fixa pode dobrar a rentabilidade, sem necessariamente correr mais riscos, se apaixona pelos efeitos dos juros compostos, desperta o interesse por entender formas de potencializar estes resultados e quando cai em si já está operando no mercado futuro, commodities, moedas estrangeiras e opções.

Riscos Vantagens e Desvantagens

Os três principais riscos da Renda Fixa são:

Risco de crédito

Está relacionado a probabilidade de os títulos adquiridos pelo investidor não serem honrados na data de seu vencimento.

Risco de mercado

É a possibilidade de perdas causada pelos impactos da flutuação da taxa de juros, afetando assim os preços e índices sobre investimentos financeiros, tanto de ativos como passivos. A volatilidade acaba sendo a medida utilizada para mensuração de risco de mercado (duration para títulos de Renda Fixa).

Risco de liquidez

Refere-se ao risco de não conseguir vender um ativo rapidamente a um preço justo por falta de demanda (baixa liquidez).

Em contrapartida o Governo criou uma forma de dar mais segurança aos investimentos de Renda fixa, chama-se Fundo Garantidor de Crédito.

Fundo Garantidor de Crédito (FGC)

É um Fundo criado pelo governo, mas mantido pelos Bancos, com a finalidade de funcionar como uma espécie de seguro bancário para os investidores. Desta forma, quem investe em um Banco que venha a falir tem pelo menos parte do seu dinheiro devolvido. O seguro máximo atualmente é de R$ 250.000,00. Estão seguradas diversas aplicações financeiras, como: CDBs, RDBs, depósitos à vista, caderneta de Poupança, Letras Hipotecárias, Letras de Câmbio, LCIs e LCAs.

Como desvantagem na Renda Fixa eu citaria somente o baixo desempenho, quanto a rentabilidade, nas aplicações de Longo Prazo se comparado aos investimentos em Renda Variável.

Custos e tributação?

Quanto aos custos CDB, LCI, LCA e LC já são negociadas com deságio. Ou seja, quando o investidor aplica, por exemplo, em um CDB que rende 100% do CDI significa que originalmente este ativo renderia 102% do CDI, no entanto a instituição financeira que o distribui já descontou 2% da rentabilidade como forma de remuneração ou ágio.

Para títulos do Tesouro Nacional é cobrada uma taxa de corretagem, que pode variar conforme a instituição intermediadora escolhida e também é cobrada uma taxa de custódia percentual que pode variar de acordo com a instituição financeira de sua preferência, Bancos costumam cobrar mais que as Corretoras de Investimento.

Títulos do Tesouro, CDB e LC são exemplos de modalidades de Renda Fixa que cobram Imposto de Renda. A taxa varia entre 22,5 a 15% de IR, sobre o rendimento da aplicação, de acordo com o período do investimento.

LCI e LCA são exemplos de Renda Fixa isentos de Imposto de Renda, exatamente como a Poupança.

Ao resgatar uma aplicação de Renda Fixa com prazo inferior a 30 dias ainda incorre a cobrança de IOF.

Quais as melhores alternativas de Renda Fixa?

Qual rende mais? Isso depende da comparação entre quanto uma Renda Fixa paga de rentabilidade, versus quanto ela cobra de imposto de Renda.

Exemplo: Entre um CDB que rende 105% do CDI e uma LCI de 92% do CDI, a LCI rende mais.

Uma LCI de 180 dias que promete rendimento de 92% do CDI terá um rendimento equivalente a 118% do CDI.
Alíquota de IR de 180 dias= 22,5%

Rendimento Líquido (92%)= rendimento bruto* (1- 0,225)

Rendimento bruto= 92%/ 0,775= 118%

Geralmente CDB, LCI e LCA levam ligeira vantagem na rentabilidade ante aos Títulos Públicos, considerando que, LCI, LCA e LH são isentas de IR, elas se tornam ainda mais atraentes.

Mas tudo depende mais do risco que se pretende assumir, dos custos e seus objetivos financeiros, por exemplo: Para o curto prazo o Título Público chamado LFT e as LCI’s e LCA’s são boas opções. Para o médio prazo, CDB e LC que tem alíquota de IR menor e o Título Público chamado pré-fixado (LTN) são os mais indicados. Já se o seu objetivo é mais para o longo prazo, o Título Público chamado NTN-B que é corrigido pela Inflação mais uma taxa pré-fixada garante uma ótima rentabilidade protegendo o investidor contra a inflação.

É importante lembrar que mais importante que escolher um deles é diversificar seus investimentos em curto, médio ou longo prazo.

CDB vs LCI & LCA Qual é o Melhor Investimento ?

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Conclusão

Renda Fixa é considerado o modelo de aplicação com menor risco no mercado Financeiro e como já sabemos o risco é inversamente proporcional ao retorno. Sendo assim, para investimentos a longo prazo com o objetivo de acumulo de riquezas, independência financeira, recursos para aposentadoria, o mais indicado seriam investimentos em Renda Variável, que apesar de instáveis à curto prazo, são imbatíveis no longo prazo.

Outro ponto importante, é que você possa se certificar que seus títulos privados estão registrados na Cetip dessa forma você passa a ter a certeza que esses títulos estão registrados em seu CPF ou CNPJ e isso vai trazer mais segurança e transparência para sua carteira de investimentos.

O aconselhável é sempre buscar orientação de um especialista, para que ele possa auxiliar neste enquadramento entre seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros.

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